Início da carreira
Nascida nos estados unidos, Sheryl se formou em economia em Harvard e também obteve seu título de MBA em Harvard. O orientador da sua tese, Lawrence Summers a recrutou para trabalhar como economista no World Bank onde trabalhavam em projetos em países em desenvolvimento.
Lawrance foi convidado por Bill Clinton a ser secretário do Tesouro americano e levou Sheryl com ele. Sheryl trabalhou cerca de 6 anos para o governo Americano.
Como Sheryl entrou no Google
O boom de tecnologia estava em andamento e Sheryl se sentiu atraída a fazer parte desta revolução. Quando o mandato de Bill Clinton terminou ela ficou sem emprego e decidiu se mudar para o Silicon Valley. A bolha de tecnologia tinha acabado de estourar e a indústria ainda estava se recuperando. Sheryl demorou um ano para conseguir um emprego, em seu livro Lean In, ela conta que teve experiências excelentes e péssimas nas diversas entrevistas de emprego que participou.
Em 2001, quando o mercado começou a retomar, Sheryl recebeu algumas propostas. Ela fez uma planilha elencando todos os critérios e a proposta do Google era a menos interessante segundo a planilha. No entanto, era a que mais fazia o coração dela bater. Ela conversou com o então CEO do Google com quem já havia trabalhado anteriormente e ele deu a melhor dica de carreira que ela podia esperar: há apenas um critério que deve ser considerado quando se escolhe um emprego – o potencial de crescimento.
Isto o Google tinha de sobra, pois a empresa ainda estava se formando e Sheryl tomaria conta da unidade nova de negócio que estava nascendo. Isto significa que ela teria que criar esta área do zero. Em pouco tempo ela se transformou em Vice Presidente Global de vendas online e operações.
Sheryl foi encarregada de desenvolver o AdWords, a ferramenta que coloca anúncios nos resultados de busca do Google e também do AdSense, a ferramenta que coloca anúncios nos websites de empresas e indivíduos. Estes produtos foram de vital importância para transformar o Google em uma empresa rentável.
Enquanto esteve no Google, Sheryl também cuidou do braço filantrópico do Google, Google.org que tem projetos nas áreas de aquecimento global, saúde pública e pobreza.
Mark Zuckerberg tinha uma empresa bilionária nas mãos mas ainda não era uma empresa rentável. Ele entendeu que precisava contratar alguém experiente em gerenciamento para levar a empresa para o próximo nível.
Mark recrutou Sheryl em 2008 como Chief Operation Officer. Este cargo é o segundo cargo mais alto em uma empresa, a COO tem o papel de cuidar do dia a dia administrativo da empresa. A COO responde diretamente para o CEO, e é considerado o segundo no comando.
Quando ela se uniu ao Facebook a empresa ainda tinha a mentalidade de construir um site legal, sem foco em se transformar em um negócio rentável. E foi por isto que Mark a contratou, para liderar a estratégia de monetização do Facebook. Um ano depois que Sheryl se uniu ao Facebook, a empresa já havia atingido o break-even. Break-even se refere ao ponto onde a empresa deixa de gastar mais do que recebe, deste ponto em diante é possível obter lucro. Em 2010 a empresa já era rentável.
Como COO foi responsável por construir a operação global do Facebook, gerenciar vendas, marketing, desenvolvimento de negócios, recursos humanos e políticas de privacidade, comunicação.
Em 2012 Sheryl se juntou ao board, sendo a primeira mulher a fazer parte do grupo. O board de uma companhia conta com pessoas extremamente experientes em negócios que revisam os resultados e auxiliam na construção da estratégia.
Board de outras companhias
Nota-se que Sheryl é reconhecida por sua proeza executiva. Em 2009 ela foi apontada como diretora do Board da Walt Disney. Veja a nota da Disney sobre sua nomeação:
Ela traz grande experiência no mundo online, experiência internacional e profundo entendimento sobre o consumidor.
Sheryl também fez parte do board da Starbucks no período de 2009 a 2012. Além disto ela também participa de boards de diversas ONGs engajadas em causas políticas, melhorias sociais, e iniciativas que auxiliam mulheres em todo o mundo.
Lean In – Instigando a liderança feminina
O primeiro livro de Sheryl intitulado Lean In (2013) trata de sua trajetória profissional focando na diferença de atitude entre homens e mulheres e buscando respostas do por que há menos mulheres líderes na área de tecnologia.
Este livro é sensacional, e seu público alvo não são apenas mulheres, muito pelo contrário. Vocês homens que estão lendo este post e gostariam de ajudar a transformar o mundo de tecnologia em um ambiente mais diverso, comecem por aqui lendo este livro. E para vocês mulheres, este livro vai dar uma dose de motivação para que alavanquem suas carreiras.
No livro, Sheryl conta diversas situações pelas qual passou que nos fazem refletir. Em algumas delas ela era parte do problema, e reconhecer isto é muito importante para dar o próximo passo. Ela conta que quando estava grávida e trabalhava no Google seu corpo reagiu muito mal à gravidez. Ela ficou muito inchada e cansada, seus pés doíam muito. Um dia, após estacionar seu carro bastante longe da entrada no escritório ela percebeu que não precisava passar por isto, por que não haviam vagas para grávidas ali?
Ela foi direto à sala dos fundadores Larry e Sergey. Encontrou Sergey em uma posição de yoga e anunciou que eles precisavam criar vagas para gestantes o mais cedo possível. Ela disse que ele olhou para ela e concordou imediatamente, notando que realmente nunca tinha pensado nisto antes.
Mas e Sheryl? Por que ela não havia pensado nisto antes? Como uma das mulheres mais sêniors da empresa ela se sentia na responsabilidade de pensar em coisas deste tipo e só percebeu depois que passou pelo problema. As outras mulheres devem ter sofrido em silêncio, optando por não pedir tratamento especial. Ou elas simplesmente não tinham a confiança ou senioridade para exigir uma solução.
A cuasa de Sheryl Sandberg
O grande objetivo da Sheryl é encorajar mulheres a ocuparem posições de poder. Ela entende que mais mulheres em posições de poder significarão mais oportunidades igualitárias para todos.
Um mundo verdadeiramente igualitário é aquele onde mulheres lideram metade dos nossos países e empresas e homens cuidam de metade das nossas casas.
Se tiver interesse no livro, deixo aqui um link para as versões inglês e português.
Faça Acontecer: versão em português
Sheryl tem uma palestra e uma entrevista no TED que são inspiradoras, vela a pena conferir:
Porque temos tão poucas mulheres líderes?
Se está interessada na área de tecnologia e ainda não decidiu que carreira seguir, veja a série sobre carreiras de tecnologia: Carreiras de Tecnologia.