4 Mulheres que fizeram história na tecnologia

A história destas mulheres é inspiradora, conheça as pioneiras que abriram o caminho para nós! Quatro grande mulheres que mudaram o rumo da tecnologia.

Edith Clarke

Edith Clarke (10 de fevereiro de 1883 - 29 de outubro de 1959)
Edith Clarke (10 de fevereiro de 1883 – 29 de outubro de 1959)

Ela nasceu em uma época em que as poucas mulheres com educação científica trabalhavam como “computadores humanos” solucionando diversas equações “massantes” para seus colegas cientistas. Seus pais morreram quando ainda era criança e quando fez 18 anos recebeu uma herança deles que utilizou o dinheiro para estudar matemática e astronomia em uma faculdade de Poughkeepsie, Nova Iorque.

Ela trabalhou na AT&T como computadora humana mas seus olhos brilhavam para a engenharia então se matriculou no curso de engenharia elétrica do MIT. Ela foi a primeira mulher a obter graduação em engenharia elétrica. Mesmo após ter obtido esta graduação não conseguiu emprego como engenheira e passou a trabalhar na GE como calculadora. Neste meio tempo inventou a calculadora Clarke que conseguia calcular corrente, voltagem e impedância em linhas de transmissão elétricas, esta calculadora era 10 vezes mais rápida do que os métodos disponíveis na época.

Ainda assim não conseguiu emprego como engenheira, frustada, saiu do seu trabalho para dar aulas em uma faculdade para mulheres na Turquia. Um ano depois a GE finalmente a contratou como engenheira tornando-se a primeira mulher engenheira dos Estados Unidos.

Edith publicou muitos artigos científicos que auxiliaram na evolução da transmissão de energia elétrica. Depois que se aposentou trabalhou como professora de engenharia elétrica na faculdade do Texas.

Obrigada Edith por abrir o caminho para nós!

4 Mulheres que fizeram história na tecnologia

Grace Hopper

Grace Hopper (9 de dezembro de 1906 - 1 de janeiro de 1993)
Grace Hopper (9 de dezembro de 1906 – 1 de janeiro de 1993)

Sim, você acertou! O nome da Academia Hopper é uma homenagem a ela. Grace foi uma cientista da computação e também Almirante da Marinha dos Estados Unidos. Ela tem PhD em matemática pela Universidade de Yale, um feito raríssimo, apenas 1,279 pessoas tinham conseguido esse PhD em matemática durante os 72 anos anteriores.  

A grande invenção da Grace foi o compilador. Foi ela quem criou a primeira linguagem de programação Flow-Matic (precursor do COBOL).  O supercomputador UNIVAC foi o primeiro computador dos Estados Unidos, naquela época quem trabalhavam com computador eram matemáticos. Durante seus anos de trabalho como matemática sênior nesse projeto do UNIVAC ela recomendou o desenvolvimento de uma linguagem de programação que usaria palavas em inglês em vez de símbolos e foi recebida com:

[ela] não conseguiria fazer isso porque computadores não entenderiam Inglês

e respondeu:

É muito mais fácil para muitas pessoas escreverem uma declaração em Inglês do que utilizar símbolos

Sua ideia não foi aceita por 3 anos, mas insistiu e em 1952 já tinha uma versão funcional do seu compilador, obrigada Grace por persistir.

Também é dela o termo bug que é utilizado para indicar erros em sistemas de computadores. Isto ocorreu por que havia um erro no sistema que ela e sua equipe não conseguiam entender até que abriram o computador e encontraram uma mariposa! Grace anotou em seu caderno: first bug found (primeiro bug encontrado). Foi então que o termo passou a ser utilizado para descrever problemas e erros não identificados em software.

Além de ser genial Grace também era objetiva e odiava burocracia, dizem que seu lema era:

é mais fácil pedir desculpas do que pedir permissão

Se você quiser conhecer um pouquinho mais sobre ela veja essa entrevista dela de 1986 quando ela tinha 80 anos, infelizmente não é legendado: David Letterman entrevista Grace Hopper.

Margaret Hamilton

Margaret Hamilton ao lado do código do sistema de navegação do Apollo 11
Margaret Hamilton ao lado do código do sistema de navegação do Apollo 11

É a responsável pelo sistema de navegação do Apollo 11. Ela era a supervisora e diretora da divisão de Software da Draper Laboratory que estava trabalhando no software de navegação para a NASA. É dito que o termo engenharia de software foi criado por ela.

Sua grande especialidade era fazer sistemas resistentes a falha e foi graças a ela que a Apollo 11 pousou com sucesso na lua. Durante o pouso ocorreu um erro humano ao ativar alguns comandos e isso gerou um problema de sobrecarga no processamento do sistema. O computador estava recebendo mais informações do que conseguia processar e vários alarmes começaram a soar. No entanto, o sistema de Margaret possuia uma maneira de diferenciar tarefas essenciais de tarefas menos importantes e conseguiu se recuperar para executar o pouso. Que sufoco!

Neste vídeo ela comenta que sua principal preocupação era que se seu sistema falhasse uma vida poderia ser perdida. Margaret elevou o campo de desenvolvimento de software criando vários mecanismos para gerar software robusto e com qualidade, interfaces humano-máquina, detecção de erro e tolerância a falhas.

Em 2016 ela recebeu o prêmio Medalha Presidencial da Liberdade (Presidential Medal of Freedom) do então presidente Barack Obama. Este é a mais alta honra que um civil consegue ganhar nos Estados Unidos.

Radia Pearlman

Radia Perlman - inventora de um protocolo essencial para a Internet
Radia Perlman – inventora de um protocolo essencial para a Internet

Nascida em 51, foi exposta à tecnologia muito cedo já que seus pais eram engenheiros e trabalhavam para o governo dos Estados Unidos. Seu pai trabalhava com radares e sua mãe era programadora de computadores. Apesar de ter uma mãe programadora Radia teve seu primeiro contato com programação no ensino médio, quando teve a oportunidade de fazer um curso de programação em uma faculdade, mas se sentiu atrasada em relação aos outros alunos e por isto não acompanhou as aulas.

Radia é formada em matemática pelo MIT e tem PhD em Ciência da Computação. Enquanto estudava no MIT um colega de aula a convidou para fazer um projeto no qual ela seria a programadora, mesmo não sabendo programar ela aceitou. No início de sua carreira trabalhou como programadora no laboratório do MIT e também desenvolveu em uma linguagem de programação de robótica chamada TORTIS para ser utilizada na educação infantil. Ela é considerada uma das pioneiras em ensino de programação para crianças.

Radia nasceu para criar protocolos, sua maior invenção foi o protocolo Spanning Tree que é utilizado até hoje na comunicação de redes, e por isto ela é conhecida também como mãe da internet embora não aceite bem esse título pois a internet não é a criação de um único indivíduo e sim uma união de diversas tecnologias. O protocolo que ela criou é capaz de identificar loops em redes eliminado problemas de sobrecarga de dados. Ela tem um dom especial para resolver problemas complexos de formas simples, e este protocolo é um exemplo disto.  Mas Radia não parou por aí, ela tem 80 patentes registradas em seu nome todas relacionadas a tecnologias de comunicação de redes.

Sobre ombros de gigantes

Foi Newton que cunhou a frase: “Se vi mais longe é por que estava sobre os ombros de gigantes”. Esta metáfora mostra que as grandes inovações são construídas a partir das inovações anteriores. A Edith abriu o caminho para nós, a Grace inventou as linguagens que permitiram o trabalho de Margaret e Rádia. E agora é nossa vez de construir nosso futuro subindo nos ombros delas.